Alguém já me disse que prefere chorar dentro de uma Mercedes a chorar em cima de uma bicicleta. Eu respeito essa opinião, mas sei que é melhor sorrir dentro de uma Mercedes, em cima de uma bicicleta ou em qualquer outro lugar.
Por isso, acredito que uma inocente anedota, servida a qualquer momento, refresca a cuca e dá ânimo ao espÃrito:
Em prova oral do curso de medicina, o professor pergunta:
– Quantos rins nós temos?
– Quatro! Responde o aluno.
-Quatro? Replica o professor, arrogante, daqueles que se comprazem em tripudiar sobre o erro dos alunos. -Traga um feixe de capim! ordena o professor a seu auxiliar.
_ E para mim um cafezinho – replicou o aluno ao auxiliar do mestre.
Enfurecido, o professor expulsa o aluno da sala.
O riso é assim mesmo capaz de funcionar como terapia, sendo utilizada em alguns hospitais, por grupos de voluntários, com o objetivo de ajudar na recuperação de pacientes. O que poucos sabem é que o riso é uma forma de pranayama(*), capaz de promover o equilÃbrio das correntes que circulam nos canais espinhais, na troca de energia do bulbo raquidiano, do cérebro e do corpo.
Pensamos que somos sustentados pelo alimento, mas apenas parte de toda energia que necessitamos é obtida dessa forma . Dê apenas comida a um moribundo e ele não poderá ser curado. Já está claro para a ciência que o alimento material não é o único fator de sustentação da vida. É o contrário do que se pensava.
Estudos cientÃficos têm mostrado que comer pouco é o meio mais eficaz para alcançar uma vida longa.  Na verdade, o que primordialmente nos sustenta é a energia vital, cujo canal principal de entrada é o bulbo raquidiano, que se localiza na parte posterior do pescoço, na base do cérebro. A energia que entra aà é distribuÃda ao cérebro e ao corpo para sustentar sua existência. Diferente do alimento material, a energia vital dominada é capaz de curar as mais graves enfermidades.
É certo dizer, portanto, que o otimismo e o bom humor nos mantêm afastados dos remédios. Uma recente pesquisa da Universidade do Texas mostrou que as pessoas otimistas e com visão positiva da vida têm menos probabilidade de mostrar sinais de debilidade do que os pessimistas. É que os fatores que aumentam a eficiência do fluxo de energia vital são auto-estima, otimismo, positividade, fé, oração, paz interior e alegria.  Eles realizam a cura e promovem a saúde com tal eficácia que tem ocupado os cientistas com muitas dúvidas. Certas técnicas de ioga produzem os mesmos resultados, de forma controlada e consciente.
Por isso, há muita sabedoria na decisão de estar sempre sorridente. O equilÃbrio das correntes por onde circula o prana (energia vital), provocado pelo sorriso, implica o equilÃbrio das ondas mentais, fator primordial para a consecução bem-sucedida de todas as atividades da vida. Paramahansa Yogananda recomendava o treino do sorriso. “Fique diante de um espelho” – dizia ele - “e, com os dedos, arme um sorriso em sua boca”.
Rir da vida, enquanto passam os quadros de obstáculos, dores e tragédias é uma atitude de grandeza e majestade. Não é fácil chegar aÃ, mas para conquistar esse estado o primeiro passo é decidir-se alcançá-lo. Ao tomar essa decisão, naturalmente, e com o tempo, abrir-se-ão os canais que levam à s experiências necessárias para essa conquista.
Somente depois de compreendermos quem somos, de como é constituÃdo este mundo e o que se espera de nós na vida é que poderemos sorrir sempre, mesmo em meio à s crises, feridas e catástrofes. Mas enquanto não chegamos aÃ, o treino do espelho já é um bom começo.
Sorrindo e distribuindo alegria sentimos a mesma sinergia daquelas coisas mágicas indivisÃveis, que nunca se fragmentam, mas se acumulam numa escala beneficente sem fim. Ao contrário dos bens materiais, cuja divisão normalmente exige cálculo e sacrifÃcio, esses tesouros, ao serem divididos, produzem satisfação e ampliam a riqueza de quem os promove.
Vamos assim aprendendo a reconhecer com clareza o que são dons espirituais e porque são eternos. Na mesma classe do sorriso e da alegria encontram-se o amor, o perdão, a bondade e a generosidade. Ao dividi-los com os outros, em maior abundância encontram-se em nós mesmos.
O aluno da história era o famoso humorista brasileiro AparÃcio Torelly (1895-1971), mais conhecido como “Barão de Itararé”, tÃtulo que se autoconcedeu para debochar da famosa batalha que não houve, na Revolução de 1930. Ao sair da sala ele teve ainda a audácia de corrigir o furibundo mestre:
– O senhor me perguntou quantos rins “nós” temos. “Nós” temos quatro: dois meus e dois seus…Tenha um bom apetite e delicie-se com o capim!
(*) Palavra Sânscrita que significa controle da energia vital. Segundo Jesus, “nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4,4). A boca de Deus, a que ele se refere, é o bulbo raquidiano, de onde sai para o cérebro e para o corpo a energia que sustenta a vida. Técnicas ensinadas por Mestres da Ãndia (mais eficazes até que o riso) permitem a qualquer pessoa dominar a energia vital, sendo possÃvel a cura de qualquer parte doente do corpo, a longevidade e a saúde permanente. Essa explicação é dada pelo Mestre indiano Paramahansa Yogananda no seu livro Autobiografia de um Iogue (http://www.gigamedia.com.br/loja/inicio.asp?CP=8)