O poder do Agora

Resumo do livro O PODER DO AGORA, de Eckhart Tolle, enviado por José Sarques.

O PODER DO AGORA

Eckhart Tolle

A iluminação é o fim não só do sofrimento e dos conflitos internos e externos permanentes, mas também da aterrorizante escravidão do pensamento. Que maravilhosa libertação!

Todas as coisas realmente importantes, como a beleza, o amor, a alegria e a paz interior, surgem de um ponto além da mente. É quando começamos a acordar.

Na vida diária, preste total atenção a qualquer atividade rotineira, normalmente considerada como apenas um meio para atingir um objetivo, de modo a transformá-la em um fim em si mesma.

Sempre que houver um espaço no fluxo dos pensamentos, podem ocorrer lampejos de amor e alegria, ou breves instantes de uma paz profunda. O amor, a alegria e a paz não conseguem florescer, a menos que tenhamos nos livrado do domínio da mente.

Para ter certeza de que permanece no controle, a mente trabalha o tempo todo para esconder o momento presente com o passado e o futuro. Assim, a vitalidade e o infinito potencial criativo do Ser, que é inseparável do Agora, ficam encobertos pelo tempo e a nossa verdadeira natureza é obscurecida pela mente.

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Faça do Agora o foco principal da sua vida. Se antes você se fixava no tempo e fazia rápidas visitas ao Agora, inverta essa lógica, fixando-se no Agora e fazendo rápidas visitas ao passado e ao futuro, quando precisar lidar com os aspectos práticos da vida.

O que quer que o momento atual contenha, aceite-o como uma escolha sua, trabalhe sempre com ele, não contra. Torne-o um amigo e aliado, não seu inimigo. Isso transformará toda a sua vida, como por milagre.

Uma vez entendido o princípio básico do que significa estar presente observando o que acontece dentro de nós, temos à nossa disposição a mais poderosa ferramenta de transformação.

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O medo psicológico é sempre de alguma coisa que poderá acontecer, não de alguma coisa que está acontecendo neste momento. Você está aqui e agora, ao passo que a sua mente está no futuro. Essa situação cria um espaço de angústia. Podemos sempre lidar com uma situação no momento em que ela se apresenta, mas não podemos lidar com algo que é apenas uma projeção mental. Não podemos lidar com o futuro.

O medo será uma companhia constante para qualquer pessoa identificada com a mente e, por conseguinte, desconectada do seu verdadeiro poder, o eu profundo enraizado no Ser. O número de pessoas que conseguiram alcançar o ponto além da mente ainda é extremamente pequeno, o que nos leva a presumir que, virtualmente, todas as pessoas que você encontra vivem em estado permanente de medo.

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Os problemas da mente não podem ser solucionados no nível da mente. Uma vez compreendido que não somos a nossa mente, não existe muito mais a aprender.

Quando nos identificamos com a mente, geramos um falso eu interior, o ego, que é um substituto do nosso verdadeiro eu interior enraizado no Ser. Passamos a ser “um ramo cortado da videira”, como disse Jesus.

Identificar-se com a mente dá a ela mais energia, enquanto observar a mente retira a sua energia. A energia retirada da mente se transforma em presença.

Se todos os nossos problemas fossem milagrosamente solucionados no dia de hoje, sem que nos tornássemos mais presentes e mais conscientes, logo nos veríamos com um outro conjunto de problemas semelhantes. Você não pode se libertar no futuro. A presença é a chave para a liberdade. Portanto, você só pode ser livre agora.

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Encontre o “portão estreito que conduz à vida”. Ele é chamado de Agora. Restrinja a sua vida a este exato momento. Sua vida pode estar cheia de problemas, mas verifique se você tem algum problema neste exato momento. Não amanhã ou dentro de dez minutos, mas já. Você tem algum problema agora?

Se você alguma vez esteve numa situação de emergência, de vida ou morte, saberá que isso não foi um problema. A mente não teve tempo para se distrair e transformar a situação em problema. Numa emergência de verdade, a mente pára. Ficamos absolutamente presentes no Agora, e algo infinitamente maior e mais poderoso passa a dominar.

No momento em que você aceitar completamente a sua intranqüilidade, ela se transformará em paz. Qualquer coisa que você aceite completamente vai levar você até a paz. Esse é o milagre da entrega.

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De acordo com São Paulo, toda a criação está à espera de que os homens obtenham a iluminação. É assim que interpreto suas palavras: “A criação aguarda, com impaciência, a revelação dos filhos de Deus”.

Quando nos rendemos àquilo que é e ficamos inteiramente presentes, o passado deixa de ter qualquer força. Não precisamos mais dele. A presença é a chave.

O estado identificado com a mente é uma forma de insanidade e quase todas as pessoas estão sofrendo dessa doença em vários graus.

A mente sempre se apega ao que lhe é familiar. O desconhecido é perigoso porque ela não tem controle sobre ele. É por isso que a mente não gosta do momento presente e prefere ignorá-lo.

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Existe um número crescente de seres humanos cuja conscientização está suficientemente desenvolvida para não precisar de nenhum sofrimento adicional antes de alcançar a iluminação. A iluminação escolhida conscientemente significa abandonar nosso apego ao passado e ao futuro e fazer do Agora o ponto principal da nossa vida. Significa escolher permanecer no estado de presença e não no tempo. A presença remove o tempo e sem o tempo, nenhum sofrimento e nenhuma negatividade conseguem sobreviver.

Você quer ter uma morte fácil, sem sofrimento ou agonia? Então morra para o passado a cada instante e permita que a luz da sua presença apague o limitado “eu” que você pensou que era “você”.

Sempre que acontecer uma desgraça ou alguma coisa ruim em sua vida, saiba que existe um outro lado e que você está a apenas um passo de distância de algo inacreditável: uma completa transformação alquímica da base de metal da dor e do sofrimento em ouro. Esse passo simples é chamado de entrega.

Se você tem uma doença grave, use-a para alcançar a iluminação. Use qualquer coisa ruim que acontecer em sua vida para alcançar a iluminação. Retire o tempo da doença. Não dê a ela nenhum passado ou futuro. Deixe-a forçar você para a percepção intensa do momento presente. E veja o que acontece. Torne-se um alquimista. Transforme o metal em ouro, o sofrimento em consciência, a felicidade em iluminação.

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A entrega não transforma aquilo que é; a entrega transforma você. Quando você estiver transformado, todo o seu mundo fica transformado, porque o mundo é somente um reflexo.

Dê atenção ao seu comportamento, seu humor, seus pensamentos, suas emoções, medos e desejos, da forma como eles acontecem no presente. Ali está o seu passado. Se você consegue estar presente o bastante para observar todas essas coisas, sem julgamento, significa que você está lidando com o passado e dissolvendo-o através do poder de sua presença. Não é procurando no passado que você vai se encontrar. Você vai se encontrar estando presente. O passado não consegue sobreviver diante da sua presença, só na sua ausência.

“Seja como um servo esperando pelo retorno do seu senhor”, diz Jesus. O servo desconhece a que horas o senhor vai chegar. Então fica acordado, vigilante, para não perder a chegada do patrão. Em outra parábola, Jesus fala das cinco mulheres descuidadas (inconscientes) que não tinham levado azeite suficiente (consciência) para manter as lâmpadas acesas (ficar presente) e, assim, perderam a chegada do esposo (o Agora) e não participaram das bodas (iluminação). Essas parábolas não são sobre o fim do mundo, mas sobre o fim do tempo psicológico. Elas apontam para a possibilidade de se viver num estado inteiramente novo de consciência.

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Por mais de trinta anos, um mendigo ficou sentado no mesmo lugar, debaixo de uma marquise. Até que um dia, uma conversa com um estranho mudou sua vida.

– Tem um trocadinho aí pra mim, moço? – murmurou, estendendo mecanicamente seu velho boné.

– Não, não tenho – disse o estranho. – O que tem nesse baú debaixo de você?

– Nada, isso aqui é só uma caixa velha. Já nem sei há quanto tempo sento em cima dela.

– Nunca olhou o que tem dentro? – perguntou o estranho.

– Não – respondeu. – Para quê? Não tem nada aqui, não!

– Dá uma olhada dentro – insistiu o estranho, antes de ir embora.

O mendigo resolveu abrir a caixa . Teve que fazer força para levantar a tampa e mal conseguiu acreditar ao ver que o velho caixote estava cheio de ouro.

Eu sou o estranho sem nada para dar, que está lhe dizendo para olhar para dentro. Não de uma caixa, mas, sim, de você mesmo. Imagino que você esteja pensando indignado: “Mas eu não sou um mendigo!”

Infelizmente, todos que ainda não encontraram a verdadeira riqueza – a radiante alegria do Ser e uma paz inabalável – são mendigos, mesmo que possuam bens e riqueza material. Buscam, do lado de fora, migalhas de prazer, aprovação, segurança ou amor, embora tenham um tesouro guardado dentro de si, que não só contém tudo isso, como é infinitamente maior do que qualquer coisa oferecida pelo mundo.

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