O voo da garça

Passeava pelo rio Kwanza, na África, quando observei o esforço de uma garça para se manter equilibrada no ar.

Sobre ela, incidia uma força incessante , proporcional à sua massa, forçando-a a cair. Em resposta, ela era obrigada a fazer um esforço incessante, em sentido contrário, para manter-se no ar.

Lembrei-me das forças violentas que incidem o tempo todo sobre o ser humano, forçando-o a acomodar-se em níveis inferiores. Vivendo exclusivamente sob a ilusão materialista, diante das forças que o atraem ao centro da terra, o ser humano é fadado ao fracasso, uma queda inevitável perante suas mais preciosas jóias, a saúde, os relacionamentos, o equilíbrio emocional e a paz interior.

“Não se pode colocar os dois pés no mundo da física sem o apoio da metafísica”, disse um sábio. Apoiando-se exclusivamente no mundo material,  é quando mais o ser humano se arrisca a desequilibrar-se nele.

É necessário contar com o apoio de uma disciplina espiritual (sadhana), oriunda de uma linha ou corrente atrativa à personalidade e à cultura do ser. O que importa não é a formalização organizacional desse disciplinamento, mas o comprometimento diário e a perseverança cotidiana para manter-se fiel aos ideais livremente abraçados, contextualizando-os numa ética aplicável à vida prática.

Esse disciplinamento consciente, livremente guiado, leva-nos a novos níveis de consciência e percepção, com benefícios em todos os setores da existência. Direta e indiretamente, funciona também como uma importante proteção, pois os bons hábitos associados a uma disciplina espiritual nos afasta naturalmente de muitos riscos inerentes à vida.

Através de um esforço consciente, incessante e persistente , pode o ser humano vencer as batalhas com saúde física, equilíbrio mental, paz interior, alegria incondicional e prosperidade sempre crescente, com progressos cada vez mais visíveis nos três vetores da existência: corpo, mente e alma.

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