Projeto Vênus

O projeto Vênus é, de fato, visionário, mas coerente com diversos sinais que tornam evidente o desenvolvimento de uma cibersociedade. Como apresentado no YouTube, o projeto falha em não explicar como será construído esse futuro, mas talvez o faça em outras mídias. Não tinha visto ainda uma descrição tão interessante da era hipertecnológica, resultado do progresso tecnológico que vivemos hoje. O projeto Vênus agora apresentou pelo menos uma noção de como pode vir a ser.

No livro Autobiografia de um Iogue, Paramahansa Yogananda prevê o apogeu dessa civilização hipertecnológica no ano 4.100 da presente era. A partir daí, essa civilização declinará, o que não significa recuo do processo evolutivo. Ao contrário, pois estaremos no início da era mental (Treta Yuga). Nessa fase, que transcorrerá até o ano 7.700, o poder da mente substituirá as máquinas, que deixarão de existir, pois não serão mais necessárias para anulação do tempo e do espaço.

Quando me encontrava no ashram de Paramahansa Yogananda, na California, a pedido de um antigo estudante da SRF, tentei desenvolver uma correlação entre as datações de achados arqueológicos e as eras indicadas no livro Autobiografia de um Iogue. O objetivo era encontrar sinais das antigas civilizações avançadas, para confirmar pelo menos algum sinal dos Arcos ascendentes superiores, do atual ou de antigos ciclos equinociais. Ora, se temos acesso a achados com datações acima de 100.000 anos, concluímos que não seria difícil encontrar vestígios de alta tecnologia em épocas mais recentes, 24.000 anos atrás (correspondente ao mesmo estágio de desenvolvimento da presente era no ciclo equinocial anterior) ou, melhor ainda, 22.000 anos atrás, no apogeu da última Treta Yuga ascendente.

Não obtivemos êxito na busca dessa correlação, o que me levou a concluir que as antigas civilizações superiores apagaram todos os rastros das máquinas de eras mais pretéritas, restando apenas resquícios que causam confusão até hoje (v. Eram os Deus Astronautas?). Permanceram, entretanto, certas tecnologias sutis, como a Kriya Yoga, e uma cosmovisão extraordinária da natureza humana, tal como exposta no Bhagavad Gita e outras escrituras. Certas referências do Gênesis de Moisés, na Bíblia Sagrada, apresentam definições completamente ignoradas pela teologia cristã, bem como pela filosofia (v. Capítulo 16 da Autobiografia de um Iogue).

Os achados Incas e Maias e os resquícios de sua civilização que chegam até nós de forma mais clara são sinais das eras superiores, mas de Arcos Descendentes, fase em que abundam equívocos na assimilação de informações e conhecimentos herdados dos períodos Ascendentes. A melhor prova de tudo isso é a decadência da sociedade helênica, chinesa e dos povos indo-americanos. A previsão do fim do mundo para o ano 2012, portanto, tem fundamento apenas nas películas de Holywood.

Alguns conceitos apresentados no vídeo do Projeto Vênus são difíceis de serem compreendidos, sobretudo o da Unidade, pois implica a percepção da mensagem monista dos Avatares. Os conteúdos antropológicos e sociológicos disponíveis apresentam nada mais que uma visão externa da Religião. O fim da religião como a conhecemos não significa o fim da Religião mesma, ao contrário. A Religião será ainda mais consistente, visto que teremos superado o teologismo e a centralidade organizacional que tenta substituir a manifestação natural do Ser no homem, experiência que não se adquire por meio de símbolos externos, leituras ou palestras, mas através da meditação, esforço que, neste momento, poucos topam fazer.

“Aprenda a ver Deus em todas as pessoas, independentemente da sua raça ou credo. Você saberá o que é o amor divino somente quando começar a sentir sua unidade com todos os seres humanos, não antes” (Paramahansa Yogananda)

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